sábado, 23 de junho de 2007

De repente a vida escorreu por entre as pernas.
Sangue negro,
Coagulada forma já sem razão de ser era levada pela água,
Descia para um ralo qualquer,
Desaguaria em algum rio poluído, infectaria o mar.
E todos os sonhos, os nomes pensados,
As roupas – tão pequenas – escolhidas com gosto
Seriam nada.
Eram levadas as semanas de alegria,
A barriga, que ela jura ter crescido,
Os enjôos pela manhã e os desejos...ah, os desejos da madrugada !
De repente ela estava ali de pé,
Lavada,
Limpa de qualquer sentimento,
A espuma a desaparecer com a água,
Solvente de mil universos.

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