sexta-feira, 16 de maio de 2008



René Magritte





Transcorreu um tempo,
não muito,
em que cada palavra apontava
sem saber muito bem, para onde?
Tudo era simples,
nada mais do que o já repisado
da conversa cotidiana.
A vida era simples,
nada mais do que o viver cotidiano.
Mas restou a cisma,
quase doentia,
de que o sentido ainda não se mostrara.
E nisso passou o tempo,
junto ao desmanchar de minha derme,
às novas formas daquele velho rosto conhecido.
Agora, restamos nós,
com esta trava na língua,
a vontade de compreender, descobrir
e re-significar a babel a nossa volta
porque somos assim, 
doentios,
espreitamos por sentidos
diante do simples estar...