quarta-feira, 15 de abril de 2009

Metafísico cotidiano

Entenderias, um mundo sem fundo,

um mundo sem eu,

um que não é meu?

Um nada sem por quê,

um sem mais, para quê?

Esta música,

um lírico destempero?

Um partir-se, sem no entanto ir-se

a qualquer ponto, qualquer solução,

saída alguma?

Este travo de dor,

esta estupidez

de reles altivez?

O ridículo, o dito,

e o silêncio entre o mais aflito?

A rima boba,

as lágrimas?

E a ausência de rolas?,

por falta de coisa mais tola.

Entenderias?

Diga-me, responda com um grito

em minha cara pasmada,

em meu nada,

em minha tragédia burguesa, barata e anunciada!

Entenderias?,

serias capaz?,

serias tu o capataz de minha medíocre humanidade?

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