quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O tempo do teu sono
deixou-me quase triste,
meio só.
Tracei caminhos pela sala,
descobri de lá para cá
novas rotas na planta de tua casa.
Olhei para um céu de onde pendiam
uma estranha lua e estrelas de 60 watts.
Tentei imaginar a vida selvagem
em cada buraco de parede,
nas frestas escuras dos tacos.
Sentei, levantei,
novamente me joguei no sofá.
Pernas para o alto,
cruzadas, almofadas.
Um demônio vermelho e digital
piscava na minha frente.
Rezei para o meu anjo da guarda sonado,
meditei mas a concentração sumiu.
Deixei meu último olhar estranho
sobre teu corpo largado
na extensão da cama.
Passei pela porta dos fundos,
como convém nestas horas,
e estou aqui dormindo
um sonho de poesia.

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