domingo, 13 de maio de 2007

No meio da tarde tristonha
Um Don Juan atravessou minha paisagem
Com uma rosa vermelha na mão.
Carregava um olhar negro e sonhador.
Estampado no rosto
Um sorriso de namorado.
Caminhava como que ausente dos que passavam,
Talvez ansioso por chegar ao seu destino.
Invejei a mulher capaz de despertar
Naquele ser tão belo
Um desejo visível de felicidade.
Uma rosa.
Levada embrulhada em papel de seda,
Cuidadosamente vermelha,
Indo à frente dos passos,
Observada nos detalhes.
Pernas, pétalas, corpo, cheiro
Dessa que amas.
Permaneci acompanhando seu passar
Por um tempo ainda, até que
Desapareceu de minhas vistas,
Misturou-se à multidão
Tornando-se igual,
Mais um.
Fechei os olhos
E me deixei levar cansada
Pelos pensamentos...
Jamais uma rosa vermelha, jamais....

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